CORREIO DA CARNEIRO - DEPARTAMENTO CURRICULAR DO 1.º C.E.B. DO A.F.G.CHAVES

sábado, 22 de novembro de 2008

Dia das Bruxas

A CASA ASSOMBRADA

Era uma vez uma bruxa e um gato preto.
Viviam numa casa assombrada.
A bruxa era horrível, com rugas e unhas grandes. Ela estava a fazer uma poção que levava asas de morcego e dentes de leão.
certa vez o gato estava a apanhar ratos e foi contra o caldeirão.
O caldeirão partiu-se e a poção verteu-se.
Foi ao armário dos caldeirões mas estavam todos partidos. Então foi a casa da sua vizinha pedir um emprestado. Por sorte era o ultimo que a vizinha tinha.
Continuou a fazer a sua poção e o gato começou a ser mais cuidadoso com medo da bruxa.

( Diogo Nuno 3º ano santo Amaro)

As Energias

AS ENERGIAS

Fui visitar o autocarro das energias e lá aprendi que há vários tipos de energia: energia do vento, do calor, da biomassa, da electricidade, das ondas( marés), geotérmica, do gás natural, do sol, etc.
Aprendi que há também energias que se esgotam. Exemplo o petróleo, carvão… mas há outras que são renováveis, tais como a energia do sol, do interior da Terra, do vento…
Gostei muito de aprender as várias energias. Estas são importantes para o ser humano.

Luís Filipe – 3º ano Santo Amaro)


AS ENERGIAS

Há dois tipos de energia: as energias renováveis e as não renováveis.
As não renováveis são o petróleo, o carvão e o gás natural.
As renováveis são a energia hídrica, a eólica, a solar, a geotérmica, a biomassa, , as marés .
A electricidade é produzida em centrais eléctricas que , depois é transformada e transportada através de uma rede eléctrica para as nossas casas.
Sem energia eléctrica não havia luz por isso não tínhamos os electodomésticos que possuímos nas nossas casas.
A electricidade faz muita falta mas também pode ser muito perigosa.

( Pedro Miguel 3º ano – Santo Amaro)

As ENERGIAS

Há vários tipos de energia. As que já tinha ouvido falar são a energia hídrica, a eólica e solar.Agora aprendi que existem também a energia geotérmica, a biomassa e a energia das marés.
Eu, no autocarro da energia vi um painel solar verdadeiro. Também já vi de perto uma ventoinha ( turbinas) num parque eólico e também já fui visitar uma barragem.
È assim que se produz a energia eléctrica: a electricidade é muito importante para o nosso dia a dia

(Diogo Reis 3º ano – santo Amaro)

ENERGIAS

As energias são muito importantes para a nossa vida diária. Mas, devemos ter muito cuidado no seu uso para pouparmos, uma vez que algumas fontes são esgotáveis. O petróleo, o carvão e o gás natural além de serem recursos esgotáveis são também muito poluentes.
Existem outras fontes de energia que não são poluentes. São as energias renováveis. São provenientes do sol, do vento, da água dos mares e do aproveitamento de resíduos da floresta e mesmo dos resíduos que produzimos em nossas casas.
Mesmo não sendo poluentes e não se esgotarem devemos ter o mesmo cuidado com o seu uso para pouparmos o máximo possível por ser um produto muito caro.

Paulo Casas 3º ano – Santo Amaro)

História do dia




Uma História do Teotónio

António Torrado (escreveu)

Cristina Malaquias (ilustrou)

O maior aventureiro da nossa rua é o senhor Teotónio. Correu mundo e gosta que saibam.
- Não ficou nenhum cantinho por conhecer - costuma ele gabar-se, quando fazemos roda à sua volta.
- Esteve na Índia? - pergunta um de nós.
- Sete vezes - responde ele.
- E na China?
- Outras tantas - responde o Teotónio.
- Conhece o Japão?
- Como os meus dedos.
- Então conte-nos uma aventura sua no Japão - pedimos.
- Hoje não, que não tenho paciência - responde-nos o senhor Teotónio, a fingir que se levanta e que se vai embora.
Nós insistimos.
Ele faz de conta que não quer contar e passamos assim que tempos, neste jogo. Até que levamos a nossa a melhor. Levamos sempre.
- Estou a recordar-me de um naufrágio por que passei, de uma vez que vinha do Japão - começa ele.
É uma história do Teotónio. Verdade ou mentira ele que responda. Segundo o seu contar, vinha do Japão, como marujo, num navio mercante, quando se lembrou de que tinha prometido à madrinha um quimono. A senhora que fazia tanto gosto no roupão de seda bordada e ele que se esquecera da encomenda. Não podia voltar atrás o navio, mas podia ele.
Às escondidas, baixou um escaler e abandonou o barco. Depois, remou, noite e dia, dia e noite, tudo por causa do quimono da madrinha.
Que dedicação de afilhado!Mas levantou-se uma tempestade e o barquinho a remos, que ia a passar pelo meio de uns ilhéus, sacudido de um lado para o outro, foi embater nuns escolhos e desfez-se. Por pouco que não se desfez com ele o senhor Teotónio.
Muito abalado, conseguiu nadar até à praia de um dos ilhéus, onde, exausto, se deixou adormecer.
Acordou, tempos depois, com uma esquisita sensação de aperto. Uns enormes olhos fitavam-no e ele estava nas mãos de um gigante. O senhor Teotónio viera ter à ilha dos temíveis Carantões, uma ilha lendária que todos os marinheiros japoneses temem.
A carantonha que o segurava nos dedos era uma gigante ainda pequenina, uma menina gigante. Para ela, o senhor Teotónio equivalia a um boneco achado na praia.
Ele não podia dar parte fraca. Fez-se de borracha e exibiu um risinho rígido de boneco japonês. Nessa qualidade, passou a confraternizar com os outros brinquedos da menina carantonha.
Mas aquilo não era vida. Ser despido e vestido pela carantonha, embalado e lavado, pendurado de pernas para o ar e atirado ao chão, sem cerimónia, não se tolerava. Eram humilhações demais para um aventureiro.Decidiu fugir. Num barco de brinquedo, quase do tamanho do escaler em que naufragara, fez-se ao mar, à hora da sesta da sua tutora e carcereira.
De bagagem, levava um quimono, surripiado à menina.
- Ó Teotónio, mas este quimono está-me enorme! - disse-lhe, tempo depois, a madrinha, que até era bastante avantajada de corpo.
- Tu julgas que eu sou alguma gigante ou quê?
Não valia a pena explicar à madrinha os perigos e sacrifícios por que passara para lhe trazer aquele roupão de mangas larguíssimas.
Talvez até ela o tomasse por mentiroso.
Nessa não caímos nós.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

História do dia




O Capuchinho e o Lobo


António Torrado (escreveu)

Cristina Malaquias (ilustrou)



Era um frade de capuz descido, a caminho do mosteiro, no cimo da serra.
A friagem do princípio da noite era de respeito. Vinha tocada pelo vento, que assobiava pelas frinchas dos rochedos e despenteava as copas dos pinheiros. O frade tremia.
Tremia de frio ou tremia de medo?
Vai-se lá saber, mas o mais certo é que se juntassem nos mesmos sítios do corpo as duas tremuras. As pernas vacilavam-lhe. Os dentes tiniam-lhe uns de encontro aos outros, enquanto balbuciava uma prece incerta:
- Que Santa-ta-ta Bár-ba-ba-ra me-me livre dos lo-bos-bos-bos...
Nem de propósito.
Salta-lhe um lobo ao caminho, com os olhos em fogo e uma dentadura de escárnio e malvadez, que metia impressão.
- Vais para casa da avozinha? - perguntou-lhe o lobo, que sabia da história antiga o suficiente.
Tinham-lhe contado em pequeno, com muitos pormenores que ele já esquecera.
Do essencial ainda se lembrava. Como estava escuro, o lobo não distinguia a cor do capuz nem isso lhe importava muito.
- Levas merenda para a viagem? - insistiu o lobo, perante o silêncio do frade encapuçado.
O caminho era ruim, com lombas e pedras soltas, mas o frade não se queixou e seguiu por ele adiante, em passo cada vez mais estugado, como se a conversa não fosse com ele. O lobo à cola.
- Ó capuchinho, então tu não falas? - soprava-lhe o lobo às canelas. - O que é que tu levas de comer para a avozinha?
Um frango assado? Presunto? Compota? Biscoitos?
O lobo, a dizer estas coisas, babava-se que era uma vergonha. E o frade, moita!
- A avozinha, à tua espera, já deve estar em cuidado. Queres que eu vá, à frente, avisá-la de que não tardas? Depois esperamos por ti... Onde é que ela mora?
Nesta oportunidade, o frade podia safar-se.
Dizendo onde morava a avozinha, mandava o lobo descer até um posto da guarda, nos baixos da serra. Os guardas florestais, de espingarda pronta, dariam conta do resto da história...
Mas o frade não queria nem sabia mentir.
E continuou calado, as forças todas concentradas na corrida e no fio do caminho, que nunca mais chegava ao fim.
- Ó capuchinho, que pressa a tua! Quando tu chegares a casa da avó, ainda ela se zanga contigo, se te vê toda suada, nesse desalinho de menina tontelas...
Neste ponto, o frade, não aguentando mais o bafo do lobo, gritou, num desespero:
- Não tenho avó e para onde eu vou é para o convento, se Deus quiser.
A voz do frade era forte e grossa, apesar da fraqueza das pernas e dos saltos do coração. Pasmou o lobo:
- Vossa senhoria desculpe, mas eu não sabia que o capuchinho tinha professado. Ou então enganei-me eu na história...
E o lobo meteu o rabo entre as pernas e deixou o frade em paz.
Já no meio do mato, apagado o fogo dos olhos, meneando a cabeça, o lobo matutava:
- Quando a gente é pequena acredita em tudo o que nos contam... Nunca supus que o capuchinho tivesse voz de trovão. Até se me puseram os pelos em pé do susto que apanhei. E o lobo pôs-se a alisar os pelos do dorso com a língua salivosa. Se a noite desse para vê-lo, dir-se-ia um cachorrinho desapontado. Metia pena.
Por sua vez, o frade, que, derreado, já se aproximava dos muros do convento, ainda teve fôlego para lançar às estrelas a sua possante voz, num cântico de louvor a Santa Bárbara, madrinha dos caminhantes, amansadora da braveza das feras.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

História do dia



Aprender a Voar

António Torrado (escreveu)

Cristina Malaquias (ilustrou)

Era uma vez um avô e um neto. Ou um neto e um avô. Tanto faz, desde que os dois estejam juntos, no jardim onde fomos encontrá-los.
Dizia o neto, apontando uma teia de aranha:
- Ó avô, porque é que nós não somos capazes de fazer teias?
Respondia o avô:
- Claro que somos capazes.
Repara nas redes de pesca dos pescadores, nas rendas da tua avó, nos tecidos das nossas roupas...
Mais adiante, dizia o neto, apontando uma libélula:
- Ó avô, porque é que nós não somos capazes de voar?
Respondia o avô:
- Mas claro que somos capazes.
Repara nos helicópteros, nos aviões, nas naves espaciais...
Pouco depois, dizia o neto, apontando uns peixinhos no lago:
- Ó avô, porque é que nós não somos capazes de nadar debaixo de água?
Respondia o avô:
- Mas claro que somos capazes.
Repara nos mergulhadores, nos escafandristas, nos submarinos...
Concluiu o neto:
- Afinal, nós somos capazes de tudo, avô.
- Nem tanto assim - atalhou o avô. - Quase conseguimos fabricar teias como as aranhas. Quase conseguimos voar como as libélulas.
Quase conseguimos andar debaixo de água como os peixes. Mas ainda não estamos satisfeitos nem nunca estaremos.
- E os peixes estão.
- Os peixes não querem outra vida. Conheces algum peixe com vontade de fazer teias ou de voar? São o que são e contentam-se.
Com os homens não acontece assim...
- Quer dizer que os bichos nunca mudam de vida. Deve ser chato - concluiu o neto.
- E, que eu saiba, ninguém lhes conta histórias - concluiu o avô.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

História do dia


Grande Pintora


António Torrado (escreveu)


Cristina Malaquias (ilustrou)



- A minha sobrinha pinta papagaios...
- De papel? - perguntei eu.
- Não. Pinta papagaios de penas.
Maravilhosamente - respondeu o meu amigo.
- Se quiseres, hoje mesmo, passamos pelo atelier dela.
Fomos. O atelier da sobrinha do meu amigo parecia uma enorme gaiola.
Esvoaçantes ou empoleirados em tudo o que lhes apetecia, araras, periquitos e, já se vê, papagaios davam-nos as boas-vindas, piando e palrando.
A pintora não estava, mas o meu amigo, que tinha a chave do atelier, movia-se naquele recorte de selva tropical com o à-vontade de um índio amazónico.
- E os quadros dela sobre esta passarada toda, onde é que estão? - perguntei.
O meu amigo não sabia ou fazia de conta que não sabia. O melhor era esperar pela pintora.
Entrementes, um papagaio com as cores da bandeira nacional simpatizou comigo, poisou-me no ombro e pôs-se-me a coçar ternamente a cabeça.
Despedi-me do meu amigo e combinei, para uma próxima, nova visita ao atelier da sobrinha. Mas aconteceu um percalço. O papagaio não me largava o ombro.
- Não o contraries e leva-o - disse o meu amigo.
- Depois se verá...
Uma pessoa com um papagaio ao ombro chama sempre a atenção.
Muito envergonhadamente, percorri o caminho até casa, perseguido pelo olhar de estranheza de quem se cruzava comigo.
E, como se não bastasse, o papagaio cantarolava, incansavelmente: "Ó Rosa arredonda a saia".
Quanto a ele, fica combinado que passamos a tratá-lo por Arco-Íris.
Assim que cheguei a casa, abri as janelas. Talvez lhe desse vontade de voar, ao encontro da sua querida Rosa... Não passava disto, o que seria sinal de uma certa saudade da dona, a pintora Rosa, imaginava eu.O Arco-Íris voar, voava, mas saindo por uma janela e entrando por outra e poisando no meu ombro e soltando-se do meu ombro e saindo pela janela e entrando, sempre a cantarolar: "Ó Rosa arredonda a saia".
Fui sentar-me junto à mesinha do telefone.
Tão concentrado eu estava, à espera do prometido telefonema, que nem dei por que tinha começado a chover. E logo as janelas todas abertas...
Passados uns minutos, um bicharoco encharcado e cinzento, cor de rato, fincou-me as patas nos ombros. Dei um salto de susto.
O bicharoco abriu as asas e gritou:- Ó Rosa arredonda a saia.
Não era possível. Outro papagaio, este cinzento, a cantar a mesma cantiga?
Já calculam o que se passou. O Arco-Íris, com a molha, perdera as cores radiosas da bandeira nacional.
Perdera-as porque, simplesmente, não lhe pertenciam. Pintado, pena a pena, pela sobrinha do meu amigo, o Arco-Íris revelava-se, afinal, um vulgar papagaio descorado.
Quando contei a história ao meu amigo, ele riu-se:
- Bem te avisei que a minha sobrinha era pintora de papagaios. Uma grande pintora!
Em conclusão: fiquei dono de um papagaio cinzento, que ninguém percebe por que bizarria ou tolice é que eu o trato por Arco-Íris.

Conhecer Um Autor da Região - Alcina Gomes






Hoje, de manhã, fomos visitados pela autora de histórias infantis Alcina Gomes.
A autora apresentou a história" O Natal de Margarida" e todos os alunos estiveram embebidos na magia das suas palavras.
A mensagem que a história transmite e as palavras que a autora dirigiu ao grupo levaram-nos a reflectir em actos de solidariedade....trabalharam-se valores como a amizade, o carinho, a compreensão e a luta com que a sociedade se depara....o materialismo!!
A reflexão conjunta com o grupo foi de uma riqueza extrema.
Todo o grupo colocou questões à autora sobre as suas obras e até lhe lançaram o repto de criarem um título para que, esta, possa escrever uma nova história.
Chegada a hora do almoço, as Entrelinhas de Vila Nova, fizeram as despedidas oferecendo uma lembrança à autora. A lembrança enquadra-se com a história que ouviram, um presépio pintado pelo grupo.
Um abraço apertadinho à Alcina!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

História do dia - As moscas


As Moscas


António Torrado (escreveu)

Cristina Malaquias (ilustrou)

Uma mosca. Duas moscas. Três moscas. Três moscas paradas a conversar. De que falavam? Falavam do problema da alimentação.Dizia uma:
- Tem sido uma crise, colegas. Toda a comida guardada em frigoríficos e armários, trancada a sete chaves. Ninguém lhe chega.
Dizia a outra:
- E os venenos que nos lançam, colegas. Os insecticidas... Que horror!
A terceira mosca permanecia calada. As outras viraram-se para ela. Miraram-na.
- Agora é que reparo. Como a colega está gorda!- ... e bonita - completou a segunda.
- Por onde é que se tem governado a colega?
- Por aí... Por aí... - respondeu a mosquinha bem alimentada.
E voou, dizendo adeus.As duas moscas esfomeadas comentaram:
- Ela esconde-nos alguma coisa. Vamos atrás dela.
Voaram também, dançaram no ar, disfarçando os seus intentos, enquanto a outra se distanciava. Quando a viram dobrar uma esquina, voaram em sua perseguição, sem que a mosca gorda e bem parecida se apercebesse. Por fim chegaram a um pátio.
- É aqui que aquela ingrata se esconde.
Repare, colega, repare como ela se refastela com aquele pires de leite.
- Leite? Não me fale nisso. Vamos a ele. Estou com a fome de um enxame de moscas. Vamos ao leite!Aterraram perigosamente na borda do pires.
A mosca gorda e bem parecida ficou muito mal-disposta, ao ver as outras duas:
- Como vieram aqui parar?
- O acaso... - responderam as duas manhosas.Beberam daquele leite até se fartarem. Depois foi o ajuste de contas.
- Então a colega tinha aqui esta mina escondida e não dizia nada às suas amigas?
- Este leite não é meu. Põe-o aqui, todos os dias, o dono do Tareco, para ele beber.
- E a colega tem-se banqueteado. Pois agora somos três, isto é, quatro contando com o Tareco, pois também chega e sobeja para ele... Conte connosco.E desapareceram.
A outra, a mosca gorda e bem parecida, má camarada, pouco amiga de partilhas, ficou sozinha a remorder vingança. "Esperem pela pancada, esperem!"
No dia seguinte foi ela a primeira a chegar ao pátio, onde a D. Zulmira deixava, como habitualmente, o pires de sopas de leite para o seu Tareco.
Mas desta vez, no lugar do pires de leite estava um enorme balde.
- Oh! Oh! Um balde cheio de leite - exclamou a mosca gorda e bem parecida.
- Toca a bebê-lo todo, antes que venham aquelas fedúncias, aquelas invejosas... E sem pensar duas vezes lançou-se sobre o balde, em voo picado.
Mosca tola. Mosca sôfrega.
O balde continha não leite, mas cal, cal de caiar as paredes. A mosca gorda e bem parecida engoliu cal em vez de leite. Na cal caiu, na cal morreu.
As outras duas moscas, as moscas laricas, ao aproximarem-se, ainda ouviram uns vagos pedidos de socorro, que se perderam no ar. Quando chegaram, a mosca gorda e bem parecida estava morta.
- É bem feito! - comentou uma das moscas.
- Não queria partilhar connosco, morreu do seu mau carácter. Bem, vamos ao nosso pires de leite.Voaram para o pires, que estava a pequena distância do balde. Ao chegarem, a outra mosca, mais bondosa, não soube calar este comentário:
- Tenho pena dela.Sim, porque onde comem duas moscas, também comem três...
- Isso, isso, colega! Se ela assim pensasse, não teria morrido e se todos assim pensassem, o mundo seria muito melhor, olá se seria!A mosca triste e pensativa concluiu:-
Bem, bem, vamos beber depressa o nosso leite, antes que venha o gato, ou alguma mosca esfomeada e invejosa da felicidade das outras...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Palestra Dia do Não Fumador "O Melhor é Nunca Começar!!!"

No âmbito do Projecto Educação para a Saúde, realizou-se, hoje, a palestra "O Melhor é Nunca Começar!" para celebrar o Dia do Não Fumador.
Esta actividade enquadra-se no Projecto Escolas Livres de Tabaco que está a ser desenvolvido no Agrupamento Vertical Dr. Francisco Gonçalves Carneiro.
A todos os presentes, os nossos sinceros agradecimentos!







HISTÓRIA DO DIA


Bolacha Maria

António Torrado (escreveu)

Cristina Malaquias (ilustrou)

Era uma vez uma bolacha Maria que disse que Maria, só Maria, não chegava.
Queria ser, ao menos, Maria Emília. Bolacha Dona Maria Emília, com todo o respeito.As outras companheiras do pacote fizeram-lhe a vontade. Mas, quando uma bolacha Maria começa com exigências, oh! oh! Nunca mais pára...
- Pensando melhor, não dispenso os apelidos. Quero passar a ser tratada por Dona Maria Emília de Melo e Sousa Trigo de Reboredo Farinha.
Um nome tão comprido e retorcido não é fácil de decorar. Algumas das simplesmente Maria chamavam-na de Maria de Trigo Melo e Sousa não sei quê Farinha. Outras, de Maria Reboredo Farinha de Melo Trigo de Sousa Emília. E as mais esquecidas, apenas de Maria Farinha de Trigo, o que a punha fula.- Distingam-me. Separem-me. Marquem a diferença. Eu sou uma bolacha especial. Uma bolacha Dona Maria Emília de Melo e Sousa Trigo de Reboredo Farinha.
- Tá bem - diziam as outras, que não eram de despiques.
Alguém abriu o pacote e começou a provar daquelas bolachas torradinhas e saborosas. Elas não se importavam. Sabiam para o que estavam destinadas e davam-se por contentes.
Proporcionar um pouco de prazer ao paladar era a vocação delas. A Maria que não ia com a outras, por sinal a última do pacote, não seguiu o caminho das demais. Ficou a aguardar novo acesso de apetite de quem, daquela vez, já estava de barriga cheia. Ficou sozinha. Ficou esquecida.
Amoleceu.
Quando, passado dias, deram por ela disseram:- Esta bolacha já está mole. Não presta.
E chamaram:
- Bobi, anda cá. Toma.
O Bobi, de rabinho a abanar, muito saracoteante e salivante, veio, tomou e foi assim que a excelentíssima bolacha Dona Maria Emília de Melo e Sousa Trigo de Reboredo Farinha acabou na boca do cão.
Esta história é pequenina e sabe a pouco? Pois é. O Bobi também achou o mesmo.

domingo, 16 de novembro de 2008

Formação Parental/Trecho de Intervenção

Formação Parental/EPN - 2.ª Sessão







Sexta-feira, dia 14 de Novembro, teve lugar a 2.ª sessão de Formação Parental, com a colaboração da Escola de Pais Nacional.

17 de Novembro - Dia do Não Fumador





As Estrelinhas de Vila Nova de Veiga fizeram um trabalhinho para ilustrarem esta data tão importante.

Entre todos aproveitaram para, num diálogo sério, relembrarem os malefícios do tabaco e de outras drogas.
Como lema escreveram"Não Fumar é uma Alegria!!"

Brevemente teremos o registo escrito desses trabalhos.

HISTÓRIA DO DIA


Cuidado com o Poço


António Torrado (escreveu)


Cristina Malaquias (ilustrou)


Uma raposa, que vinha a fugir dos caçadores, enfiou para dentro de um poço, à falta de melhor esconderijo.
Lá no fundo, lamentou-se:
- Safei-me de morrer de uma chumbada, mas daqui de dentro é que eu não me salvo.
Era um poço seco, um poço abandonado. Recordando o antigo uso, tinha na borda um balde, preso a uma corda de rodízio.
A outra ponta da corda estava caída no fundo, aos pés da raposa.
- Se eu conseguisse trepar pela corda acima, estava garantida - pensou a raposa.
Tentou, mas só conseguiu soltar o balde que balançou, na outra extremidade, como um sino sem badalo.
Uma ovelha, despegada de um rebanho que pastava num monte perto, estranhou o barulho e o balde a baloiçar, na boca do poço, e foi espreitar. A raposa viu-lhe a cabeça felpuda e gritou-lhe:
- Senhora ovelha, ainda bem que a encontro. Quero partilhar consigo esta novidade. Encontrei aqui em baixo uma mina de água, que é a uma maravilha. Um milagre! Mal a bebemos, ficamos com asas. Tão leves, tão leves que nem passarinhos...
A parva da ovelha entusiasmou-se:
- Com asas? Quem me dera! Como posso provar dessa água milagrosa?
- Meta-se no balde, que está aí em cima, e venha ter comigo, antes que a água acabe.
A ovelha não pensou duas vezes. Atirou-se para dentro do balde, que desceu com o peso, puxando para cima a outra ponta da corda, onde vinha agarrada a raposa.
- Eu bem dizia que este poço dava asas - dizia a espertalhona, ao pôr os pés em chão seguro.
E fugiu daquela armadilha do destino, a rir-se da malvadez.
Dar ouvidos a uma raposa, acreditar em água ou o que fosse que oferece asas a quem quer beber, que disparate, que estupidez!
Por tanta imbecilidade junta, mais merecia ela lá ficar no fundo do poço do que a raposa. A ovelha chorou, mas já não lhe valia de nada.
Vá que vá que ainda lhe valeu...
O pastor, quando foi a contar as ovelhas e deu pela falta de uma, foi procurá-la.
Chamado pelas lamúrias da ovelha, chegou-se à beira do poço e salvou-a a tempo.
Vá que vá que a história acabou em bem...
Mas nem sempre acabam assim...
A ovelha baliu desesperada e humilhada com a sua tontice.